Você já parou pra pensar porque as pessoas pagam bem mais caro em um café da Starbucks?
Já a padaria da esquina, que utiliza praticamente o mesmo grão de café, não consegue praticar nem a metade do preço.
Como isso é possível? E o que isso tem a ver com você e seu emprego?
Uma coisa eu posso te adiantar: a padaria da esquina não consegue cobrar mais caro pelo mesmo motivo que você não consegue ganhar mais.
Café é commodity. E mesmo assim eles conseguem cobrar mais caro.
Mas porque utilizar o exemplo da Starbucks?
Simples. Eles faturaram 19.16 bilhões de dólares em 2015.
Nada mal, né? E tudo isso vendendo café.
Não fique chateado comigo. Apenas leia o artigo até o fim e depois faça seus comentários.
Quero muito saber o que você pensa.
Neste artigo vou te mostrar 3 aspectos importantes:
- O real motivo pelo qual eles não te pagam mais
- Não é uma questão de ser melhor que os outros
- Como se diferenciar na multidão e ganhar mais
Me acompanha nessa jornada?
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1. O REAL MOTIVO PELO QUAL ELES NÃO TE PAGAM MAIS
Pra início de conversa eu não sou um fã dos cafés do Starbucks. Pra mim tudo aquilo não passa de água, açúcar, um pouco de essência e alguns miligramas de café.
Sim. Água com açúcar e um ligeiro aroma de café.
Mas OK para aqueles que apreciam o café da Starbucks. Não estamos aqui para julgar a qualidade do produto.
O ponto aqui é: como eles conseguem vender mais caro?
A resposta é posicionamento.
A Starbucks se posiciona como um café caro. Simples assim.
Isso transmite a ideia para as pessoas de que vale pagar mais pelo café deles.
Se você procurar na Internet vai achar vários artigos que mostram que o grão de café deles não é lá essas coisas.
“Mas o que isso tem a ver com meu emprego, Marcelo?”
Tudo.
Como você se posiciona no mercado? Quando você fez a última entrevista de contratação, como você se posicionou?
Eu tenho certeza que você fez como a maior parte das pessoas:
“Me chamo fulano e sou SCRUM Master.”
Agora, pensa aqui comigo. Quantos SCRUM Masters existem no planeta? Melhor, no Brasil?
Milhares!!!
Se apresentando dessa maneira você se coloca em uma categoria que já existe.
Neste momento o recrutador pensa assim:
“Bem, ele é SCRUM Master. Ele conhece esse e aquele framework ágil. Ele se comporta do jeito tal. E ele deve ganhar entre x a y reais.“
Quando uma empresa parte para contratar um profissional, o recrutador, profissional responsável pela contratação, já sabe o quanto deve pagar por você.
E ele sabe disso com base na categoria, ou seja, a caixinha, em que ele te coloca. E, no nosso exemplo, trata-se da caixinha de SCRUM Master.
Você pode implorar pra ganhar mais, mas dificilmente conseguirá.
E igual a você, SCRUM Master, existem aos milhares no mercado.
Quando você se posiciona apenas dizendo o papel/cargo que você ocupa, você se coloca dentro da mesma caixinha que todos os demais.
Você não está comunicando que é o café premium-ultra-platinum-chique da Starbucks.
Você comunica que é apenas um cafezinho preto.
E porque em sã consciência alguém pagaria R$ 15 em um cafezinho preto?
Lembre-se de uma coisa: As primeiras palavras que você diz para alguém podem determinar como ela te percebe para o resto da vida.
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2. NÃO É UMA QUESTÃO DE SER MELHOR QUE OS OUTROS
Ganhar mais não é uma questão de ter mais certificados ou mais qualificações.
Você não precisa ser melhor que os outros. Embora uma pessoa bem preparada tende a ter maiores probabilidades de aproveitar melhor as oportunidades.
Ajuda, mas não é o fator preponderante.
Vejo muitos profissionais tirarem certificações atrás de certificações.
Mas isso é comportamento de manada.
No afã de parecer mais qualificado profissionais estão gastando verdadeiras fortunas na conquista de certificações em disciplinas nas quais nunca atuarão.
Você deve sim tirar certificações. Mas estas devem fazer sentido para sua trajetória profissional.
Ou seja, o profissional continua na média, porém cheio de certificações e se posicionando mal.
Essa questão de acumular certificados me faz lembrar como se vendia software nos anos 90 e início dos anos 2000.
Era muito comum as empresas destacarem as funcionalidades do software.
Muitas empresas se gabavam de ter mais funcionalidades do que o produto da concorrente.
E como isso é feito hoje?
As empresas vendem o problema que o produto resolve. Não importa a quantidade de funcionalidades.
Repara só na mensagem abaixo retirada do site do Jira:
O Jira toca na dor do cliente – lançar com frequência, ou em outras palavras, liberar uma nova versão sempre que necessário.
Portanto, seu posicionamento tem que estar ligado a dor do cliente.
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3. COMO SE DIFERENCIAR NA MULTIDÃO E GANHAR MAIS
O que te diferencia dos demais?
O que você tem e ninguém mais tem?
Não estou falando de certificação. Pode ser algum assunto que você domina e pouquíssimas pessoas dominam.
Pode ser alguma experiência que você possui em um segmento específico.
Pense. Você certamente tem algum diferencial.
Suponha que você é um SCRUM Master e tem experiência em trabalhar com times de inovação.
A partir de agora você vai se apresentar de uma maneira diferente.
Eu tenho um modelo que você pode utilizar. É assim:
“Eu sou fulano. Eu trabalho com <principal assunto> em ambientes de <problema ou característica problemática>. “
“Eu sou José. Eu trabalho com métodos ágeis em ambientes de inovação.”
Caramba! Percebeu a diferença? Você não é só mais um SCRUM Master.
Você é o SCRUM Master com atuação e experiência em ambientes de inovação.
Isso vai bugar a cabeça do recrutador.
Ele vai tentar te colocar na caixinha do SCRUM Master, mas não vai conseguir porque seu posicionamento é diferente.
Depois de utilizar esse tipo de apresentação a melhor coisa que você poderia escutar é:
“ãããããããhhhhh?”
ou então:
“Você faz o quê mesmo?”
É sinal de que o recrutador não conseguiu te colocar numa caixinha conhecida.
É nesse ponto que você tem atenção total da outra pessoa para explicar o que faz.
Nunca utilize apenas o cargo/papel/profissão.
Posicione-se de maneira única.
Isso vai dar margem para você negociar seu salário e fugir da média.
Podem existir outros fatores que contribuam para a empresa não pagar mais? Claro que sim.
Mas pecar na apresentação é começar com pé esquerdo.
Nunca utilize um posicionamento que outra pessoa poderia utilizar.
Se apresente de forma diferente.
Coloque essa apresentação no seu Linkedin e no seu currículo.
Repita. Repita. Repita até que soe fácil para você.
Até a próxima!
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